CAPÍTULO V - O desafio do som
Jogos
Musicais
O jogo e a criança
Os jogos musicais podem ser de três tipos, que
correspondem a três fases do desenvolvimento infantil:
• o sensório-motor: envolve a pesquisa do gesto e
dos sons. A criança poderá encadear gestos para produzir sons e ouvir música
expressando-se corporalmente. A imitação é muito importante para o
desenvolvimento sensório-motor;
• o simbólico: consiste em jogos através dos quais
a criança representa a expressão, o sentimento e o significado da música;
• o analítico ou de regras: são jogos que envolvem
a estrutura e a organização da música.
Inicialmente a criança brinca sozinha, mesmo
estando perto de outras crianças. Encontrar-se-á exposta em tanto, a um
complexo universo de movimentos do corpo e ritmos das músicas e das palavras. É
aconselhável que as canções apresentadas sejam do gosto criança, sob pena de
irritá-las.
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Durante todo o tempo em que venho trabalhando com o
ensino da música, pude observar que, aproximadamente em torno de:
• 2
anos, à
criança é capaz de cantar versos soltos, fragmentos de canções, geralmente fora
do tom. Reconhece algumas melodias e cantores. Gosta de movimentos rítmicos em
rede, cadeira de balanço etc.;
• 3
anos, a
criança consegue reproduzir canções inteiras, embora geralmente fora do tom.
Tem menos inibição para cantar em grupo. Reconhece várias melodias.
Começa a fazer coincidir os tons simples de seu
canto com as músicas ouvidas. Tenta tocar instrumentos musicais. Gosta de
participar de grupos rítmicos: marcha, pula, caminha, corre, seguindo o
compasso da música;
• 4
anos, a
criança progride no controle da voz. Participa com facilidade de jogos simples,
cantados. Interessa-se muito em dramatizar as canções. Cria pequenas músicas
durante a brincadeira;
• 5
anos, a
criança entoa. mais facilmente e consegue cantar melodias inteiras. Reconhece e
gosta de um extenso repertório musical. Consegue sincronizar os movimentos da
mão ou do pé com a música. Reproduz os tons simples de ré até dó superior.
Consegue pular em um só pé e dançar conforme o ritmo da música. Percebe a
diferença dos diversos timbres (vozes, objetos,instrumentos), dos sons graves e
agudos, além da variação de intensidade (forte e fraca);
• 6
anos, a
criança percebe sons ascendentes e descendentes. Identifica as fórmulas
rítmicas, os fraseadosmusicais, as variações de andamento e a duração dos
valores sonoros. Adapta palavras sobre ritmos ou trecho musical já conhecido.
Acompanha e repete uma sequência rítmica:
• 7 anos, a criança expõe e defende suas ideias. Ouve em silêncio, acompanhando
a melodia e o ritmo da musica. Canta acentuando a tônica das palavras. Bate as
pulsações rítmicas com as mãos, enquanto o pé acentua o tempo mais forte.
Distingue ritmos populares- baião, rock, samba, marcha, valsa -, expressando-se
com o corpo, criando gestos livremente, segundo esse ritmo. Produz pequenas
melodias (compostas de perguntas e respostas) segundo uma fórmula rítmica.
Interpreta músicas com expressão e dinâmica;
• 8
anos, a
criança é mais rápida em suas próprias reações e também compreende melhor as
dos demais.Percebe e distingue com segurança os elementos rítmicos,criando
frases rítmicas;
• 9
anos, a
criança adquire maior domínio de si mesma. Gosta muito de conversar. É capaz de
distinguir os elementos da música: melodia, ritmo, harmonia. Percebe o fraseado
musical. Lê, interpreta e responde a fórmulas rítmicas;
• 10
anos, a
criança facilmente cria sonoplastias para histórias e trilhas sonoras para
novelas. Canta a duas ou três vozes. Gosta de cantar, mas não canções pueris.
Escuta discos com entusiasmo, principalmente de músicas mais tocadas na
televisão e no rádio; ,
• a
partir de 11 anos, o entusiasmo é o traço mais característico.Facilmente a criança perde
sua própria identidade em função do grupo. As tarefas coletivas a atraem. É a
época de montar ópera, criar uma obra musical em conjunto. Os debates, no nível
analítico,aumentam. Ouve com facilidade tanto a música popular quanto a clássica.
Gosta muito de música americana.
Todas essas características variam de criança para
criança, e seu desenvolvimento pode ser acelerado pela referência do trabalho
de' musicalização realizado na escola. O professor não deve, por exemplo, dar
exagera-ênfase à parte rítmica, em detrimento dos elementos
melódicos, formais, culturais e criativos que
compõem a química. O importante é começar bem.
As atividades equidades que apresentamos neste
capítulo pode ser realizadas de acordo com o conteúdo que o professor deseja
enfatizar e variadas de acordo com o nível de desenvolvimento da criança.
A motivação
Como interagir com alunos muitas vezes
indisciplinados, que vivem em meio ao barulho cotidiano das grandes cidades, ou
são solicitados por mil e um estímulos que dispersam sua atenção?
A principal regra que devemos respeitar é que não
há escuta sem motivação. Lembro-me de ter despertado, na Casa da Infância, a
curiosidade dos alunos sobre os timbres dos instrumentos. Na época existia uma
bala embrulhada num papel em que havia instrumentos desenhados. Combinei com as
crianças que durante uma semana guardaríamos, numa caixa, todos os papéis das
balas que chupássemos.
Depois classificamos os instrumentos impressos nos
papéis, denominando-os e indicando o seu país de origem. Em seguida, colamos as
figurinhas no lugar correspondente, num mapa mundi bem grande, na parede. Como
algumas crianças quisessem ouvir esses instrumentos, selecionei discos e
gravações, e durante algumas semanas escutamos seu timbre, associando-o ao seu
formato. Expliquei algo sobre cada um, contando sua história e evolução.
O terceiro passo foi reconhecer o timbre dos
instrumentos, ouvindo as gravações ou discos. Esta atividade motivou
enormemente as crianças.
Como vimos no exemplo citado, a motivação, está
relacionada com o prazer obtido na atividade e pode ser despertada pelo jogo. O
jogo estimula a criança a escutar e a discriminar o som dos instrumentos e os
motivos sonoros que se repetem.
Jogos musicais
1-Barulho e
silêncio:
Peça às crianças que façam barulho utilizando a
voz, as mãos, as pernas e objetos: em seguida, peça-lhes silêncio.
Pergunte:
-O que é necessário para haver barulho?
-O que é necessário para haver silêncio?
-É possível fazer barulho sem movimento?
-O que é necessário para haver barulho?
-O que é necessário para haver silêncio?
-É possível fazer barulho sem movimento?
As respostas das crianças podem ser várias. Algumas
acharão que é possível falar e gritar sem se mexer. Argumente perguntando-lhes
se não estão fazendo algum movimento com a boca etc.
A ideia é levar a criança a perceber que o som vem do movimento. A criança tentará ouvir o silêncio, prestará atenção no seu corpo e nos movimentos.
Se o barulho na classe for tal que você não consiga se comunicar com as crianças, não o aumente gritando com elas. Inicie uma batida regular de palmas ou com algum objeto que chame a atenção das crianças. Assim que elas forem prestando atenção ao som, diminua a intensidade até chegar ao silêncio.
A ideia é levar a criança a perceber que o som vem do movimento. A criança tentará ouvir o silêncio, prestará atenção no seu corpo e nos movimentos.
Se o barulho na classe for tal que você não consiga se comunicar com as crianças, não o aumente gritando com elas. Inicie uma batida regular de palmas ou com algum objeto que chame a atenção das crianças. Assim que elas forem prestando atenção ao som, diminua a intensidade até chegar ao silêncio.
2-Brincando
com objetos
Arrume a sala com vários objetos, de tal forma que
as crianças possam manipulá-los com facilidade. Deixe-os a vontade, observando
o que fazem. Depois, bata em alguns objetos de forma variada, pedindo-lhes que
o imitem.
O espaço de sala de aula, permite também que a
criança se movimente livremente, “vivendo” os sons e os ritmos que experimentar
ou que você sugerir.
A criança pequena, mesmo cercada de outras que
tocam ou manipulam instrumentos, percute e experimenta objetos sozinha. Pode
encontrar estímulo, vendo outra criança produzindo um som, mas não o faz para
se entrosar com o seu colega. Eis porque deve-se colocar à disposição de
crianças de pré-escola bastante material e objetos sonoros que não seja
especificamente instrumentos musicais, tubos de PVC, pedaços de madeira e
metal, garrafas plástica, pedaços de bambu, etc.
A criança sente curiosidade pelo som. Procura sua
fonte de emissão seu sustento sua evolução, deve para isso ser favorecida e
incentivada.
3-Os sons com
a boca
Sentados em roda, peça aos alunos, que experimente
os sons que podem produzir com a boca que são variados e gostoso.
Cada criança, mostra a possibilidade e as outras
devem imitá-las. Elas gostam muito de vibrar os lábios com os dedos, de estalar
a língua, de bater nas bochechas cheias de ar. Pergunte o que acham de cada
som, qual mais gostaram de ouvir e fazer.
A seguir, uma criança produzirá um som com aboca,
sem que as outras vejam, o jogo consiste em descobrir, o que o colega fez ao
tentar imitá-lo.
Essa atividade incentiva a criança a produzir sons,
a se expressar, verificando a possibilidade sonoras com a boca.
4-Brincadeira
de roda
Nosso repertório cultural é muito vasto em cantigas
de roda. A movimentação, o canto e o ritmo podem ser simples ou complexos, mas
sempre agradam às crianças.
Sempre que possível, aproveite o repertório das
crianças e vá introduzindo novas canções. Por exemplo, “onde esta aMargarida”,
combine com as criança que uma de cada vez irá dizer, o que a Margarida esta
fazendo, e todas ao mesmo tempo vão fazendo gestos.
-Onde
esta a Margarida?
-Olê,
olé, olá
-Onde
esta a Margarida?
-Olê,
olé, olá
-Ela
esta em seu castelo
-Olê,
olé, olá
-O
que ela esta fazendo?
-Olê,
olé, olá
-Ela
esta tomando banho
-Olê,
olé, olá
O
que ela esta fazendo?
-Olê,
olé, olá
_Ela
esta se enxugando
-Olê,
olé, olá
E assim por diante ate que a brincadeira se esgote.
Essa
atividade envolve além da motivação, a improvisação a expressão gestual e a
socialização, pois a criança tem que estar ao que os outros fazem e esperar sua
vez pra se expressar.
5-Marcha
soldado
A cantiga "Marcha soldado" é muito
conhecida. Inicialmente peça que as crianças a cantem normalmente. Depois,
diga-lhes que o soldado está muito cansado da marcha. Como devem ser o canto e
os passos? Agora o soldado está com muita pressa. O que vai acontecer? Depois
ele está feliz, e marcha alegremente. De que outras formas os soldados podem
marchar? Passos largos e curtos também podem aparecer.
Deixe que as crianças verifiquem as várias
possibilidades. Converse com as crianças para saber o que elas acharam da
marcha do soldado.
Esta atividade trabalha a noção de andamento:
normal, lento e rápido. Atenção,concentração.
6-Atenção***
Concentração***
A brincadeira "Atenção Concentração"é
usada para explorar batidas com as mãos em diferentes partes do corpo. Quando
se fala atenção, bate-se palma três vezes; sem perder o ritmo, diz-se
concentração e batem-se mais três palmas. Faça assim algumas vezes. A seguir,
no mesmo ritmo, peça:
Batam palmas * * *;
Batam nas coxas * * *;
Batam no rosto * * *;
Batam no pé * * *;
Batam na barriga * * *;
Batam no peito * * *;
E assim por diante. Para criar maior dificuldade,
faça o jogo cada vez mais rápido.
Se a criança encontrar dificuldade em bater o
ritmo, o professor poderá bater suavemente o ritmo no ombro ou na palma da mão
da criança.
Esta atividade desenvolve a atenção da criança, o
conhecimento do esquema corporal, a noção de andamento do ritmo.
7-As caixas
de som de Maria Montessori
Consiga 12 vidros ou caixinhas iguais. Pinte seis
de vermelho e seis de azul, de tal forma que não seja possível ver o que eles
contêm.
No primeiro par (azul e vermelho) não coloque nada;
no segundo, coloque três grãos de arroz em cada um; no terceiro, três grãos de
feijão. No quarto, dois botões; no quinto, três preguinhos; no sexto, cinco
alfinetes em cada um.
Misture os vidrinhos. A criança vai sacudi-los e
descobrir, através do som, o vidro vermelho correspondente ao azul.
Mais tarde a atividade pode ser complicada; o
professor pede à criança que, além de formar os pares, arrume os vidrinhos
formando uma escadinha de sons, ou seja, indo do mais grave para o mais agudo.
Esta atividade envolve as noções de classificação e seriação.
8-Passeando
entre as casas
Esta atividade pode ser realizada na sala de aula
ou ao ar livre, com o espaço estruturado por elementos como: pauzinhos,
cadeiras, caminhos traçados com fita crepe, bambolês, ou simplesmente
desenhando no chão, com giz, formas, casas, ninhos.
Em seguida, ande com as crianças por entre as
casas, cantando ou escutando uma música, como se estivesse passeando na rua,
interrompendo a música todos param e sentam na casa mais próxima,
reiniciando-se a melodia, o passeio ou corrida recomeça, segundo o tempo da
música.
Você pode variar a atividade, pedindo às crianças
que se movimente para frente, para trás, pra direita ou para esquerda.
Esta brincadeira incentiva a reação a um sinal
sonoro e desenvolve a noção de tempo e espaço.
9-Andando no
mesmo lugar
A noção de andamento é fundamental para a música.
Os movimentos básicos são o passo, o trote e o galope.Peça que as crianças
realizem esses movimentos sem sair do lugar.
Essa brincadeira é muito engraçada. Deixe que as
crianças a experimentem à vontade, e depois as oriente. A marcha é o passo com
a sola dos pés apoiada no chão.
O trote é um pouco mais rápido e ao mesmo tempo
mais leve, e pode ser realizado na ponta dos pés.
O galope é a associação de um salto com um
andamento mais rápido. Para saltar, a criança deve se elevar do chão,
alternando a perna com que dá o impulso. Esse movimento pode parecer fácil, mas
as crianças pequenas costumam saltar sempre com a mesma perna.'
É interessante contar uma história ou descrever um
passeio, através dos quais as crianças possam realizar esses movimentos,
interpretando o acontecido.
Esta atividade desenvolve a noção de andamento e facilitam
controle e a expressão gestual.
10-Caminhando
sobre materiais diferentes
Leve para a sala de aula materiais diversos, como
tábuas de madeira, caixas de areia, tapetes, jornais etc. Peça que as crianças
andem sobre eles, digam de que som mais gostam e que tentem reproduzi-la com a
boca ou com o auxílio de objetos.
Um passeio fora da sala ou até mesmo da escola é
muito importante para ampliar o repertório sonoro e despertar a atenção das
crianças para os diferentes tipos de terreno.
Se dispuser de gravador, é interessante que o
professor registre o som dos passos produzidos em cada tipo de terreno, e
depois, na sala de aula, peça que as crianças os reconheçam e tentem imitá-las.
Para realizar esta atividade as crianças também
podem correr, pular e saltitar.
Esta atividade envolve a noção de classificação,
incentiva a atenção e o interesse pelos mais variados sons do cotidiano.
11-Gestos
sonoros
Dê um instrumento a cada criança, e peça-lhes que
produzam, através de gestos diferentes, sons diversos.
Elas podem bater, acariciar, esfregar, sacudir,
virar, balançar o instrumento.
A seguir, sugira- lhes que desenhem o som do gesto
sonoro produzido por um colega.
Esta atividade implica a observação auditiva ligada
ao gesto e desenvolve a criatividade e o simbolismo gráfico.
12-Jogo das
cadeiras
Divida a classe em dois grupos. Um grupo irá fazer
a música, e o outro girará em torno das cadeiras.
As cadeiras devem ser dispostas em círculo, em
quantidade igual ao número de crianças do segundo grupo menos um.
As crianças combinam um sinal musical que será
emitido pelo grupo musicista e ao qual o outro grupo deverá responder,
sentando-se. A criança que não conseguir se sentar vai se juntar aos
musicistas.
O sinal é dado por qualquer musicista, podendo ser
uma fórmula rítmica ou melódica, executada com a voz ou com um instrumento.
Este jogo desenvolve a atenção auditiva e a
disciplina corporal.
13-Ruídos
familiares
Esta atividade pode ser feita com o auxílio de
gravador.
Registre alguns ruídos familiares, tais como:
telefone tocando, torneira pingando, campainha tocando, ovo fritando, chave
abrindo fechadura; cortar papel, abrir gaveta, fechar porta, escovar dentes,
bater na porta etc.
Peça às crianças que identifiquem os sons e
reproduzam- nos, utilizando o material que desejarem.
Numa outra etapa os alunos podem representar
graficamente os sons ouvidos.
Este exercício desenvolve a atenção auditiva, a
classificação e a criatividade.
14-Som de
animais
Se possível, grave as vozes de diferentes animais
para ouvir na sala de aula.
As crianças deverão identificá-los e em seguida
reproduzi-las. Grave a voz delas imitando os sons dos animais:
Organize um coro com as vozes das galinhas e das
cabras, por exemplo. Peça que as crianças cantem uma música conhecida,
como" Atirei o pau no gato." , tendo como letra as vozes dos animais.
As galinhas deverão cantar có-coró-coró coró-cocó e as cabrasmé-meme- -meme
etc.
As crianças poderão cantar a música que quiserem,
com a voz de qualquer animal.
Esta atividade desenvolve a articulação da boca e a
pronúncia.
15-Batendo
palmas com pausas
A pausa, na música, é um momento de silêncio.
Acompanhe uma música com batidas de palmas.
Inicie com batidas regulares: depois comece a introduzir as pausas: peça
duas batidas regulares, uma escondida, uma batida regular.
Para fazer a pausa, em lugar de bater palmas, as
mãos são fechadas, sem perder o ritmo.
As pausas também podem ser feitas em lugar
previamente combinado, como, por exemplo, em determinadas sílabas ou palavras.
Esta atividade favorece a aprendizagem do ritmo, a
atenção e o controle gestual.
16-Adivinhe
quem é
Procure com as crianças, o ritmo do nome de cada
uma delas, segundo o número de sílabas e o acento tônico, percutindo-o. seja na
mesa, seja com palmas.
A seguir, uma criança bate o nome de outra criança,
sem pronunciá-lo e as demais tentam adivinhá-lo pelo ritmo.
Este jogo é muito bom para a descoberta do acento
tônico e do ritmo das palavras, além de desenvolver o controle da mão para
executar o ritmo.
17-Esconde-esconde
As crianças escolhem um objeto para esconder. Uma
delas se retira da classe e as outras o escondem. A criança que se retirou
retomará à classe para procura- lo. Visando orienta -Ia, os colegas emitirão um
ruído com maior ou menor intensidade, de acordo com a distância em que ela
esteja do objeto: com menos intensidade, quando estiver longe; com mais
intensidade, quando estiver perto.
A classe poderá produzir o ruído com a boca, com
palmas, ou do jeito que ela decidir.
Este jogo leva a criança a controlar a intensidade
sonora, além de desenvolver a noção de espaço.
18-O som do
papel
Inicie a atividade dando uma folha de papel sulfite
a cada criança. Peça e descubram quais os sons que podem ser produzi os com
esse material. A seguir peça lhes que sacudam batam, balancem, alisem,
esfreguem, rasguem, amassem e deixem cair a folha de papel.
Manuseando as folhas, as crianças escutam ruídos e
timbres diferentes, e verificam que os sons se modificam conforme o gesto.
Depois faça um jogo de adivinhação. Solicite às
crianças que fiquem de costas, enquanto você manuseia o papel, produzindo um
som diferente de cada vez.
Elas terão que descobrir como você está produzindo
esse som e imitá-lo .
Em se tratando de crianças maiores, esta atividade
pode sofrer variações, tanto na quantidade como na qualidade do papel. Elas
terão de adivinhar ainda o tipo de papel que está sendo usado: celofane, metal,
jornal, seda etc.
Posteriormente, o professor pode propor a formação
de uma orquestra composta somente de instrumentos de papel.
Este jogo, além de melhorar a acuidade auditiva,
enriquece o vocabulário, desenvolve acoordenação motora e ensina a criança a
construir seus próprios instrumentos.
19-Jogo de
identificação
O professor pode utilizar chaves, canetas, papéis
amassados, tesouras e outros objetos ruidosos que houver na sala de aula.
Escondido, o animador do jogo, que pode ser o
professor ou uma criança, provoca com o objeto um ruído que as crianças
tentarão reconhecer, identificando o que o produziu.
A medida que as crianças desenvolverem sua
capacidade auditiva, o jogo poderá ser complicado, mediante a utilização de
dois, três ou quatro sons simultâneos.
Este jogo envolve a observação e o reconhecimento
dos ruídos do ambiente.
20-Sons com
os pés
Que som podemos fazer com os pés? Deixe que as
crianças experimentem livremente. Coloque uma música de que as crianças gostem
e peça que o ritmo seja marcado com os vários tipos de sons que podemos obter
com os pés. A seguir, peça que corram, pulem, batam o pé no chão, saltitem,
arrastem os pés, andem etc.
Depois, elas ficam de costas e uma delas,
acompanhando uma música, produz sons com os pés. O jogo consiste em adivinhar
que movimento o colega está fazendo.
A atividade pode ser feita com as crianças calçadas
e descalças.
Este jogo possibilita diversas movimentações com os
pés e o reconhecimento auditivo do esquema corporal.
21-O robô
Nesta atividade, cada criança emite, mecanicamente,
uma sequência de sons ou ruídos, como se fosse um robô, repetindo-os sempre de
maneira idêntica e fazendo-se acompanhar de um gesto.
Uma criança é encarregada de mudar o gesto do robô
através de um sinal sonoro combinado entre elas.
No início, todas as crianças podem executar o
mesmosom. Com o tempo, a classe será dividida em grupos, e cada um apresentará
uma sequência de sons ou ruídos diferentes. Alguém pode ser o regente, que, com
um gesto, indica o momento de cada um se apresentar, bem como a mudança de
ritmo.
Várias músicas podem ser escolhidas para a
movimentação do robô. As crianças devem escolher as que mais lhes agradam.
Este jogo desenvolve a noção de tempo, a
socialização, a criatividade e a organização.
22-A voz do
homem
Que podemos fazer com a voz? Este é o tema gerador
da brincadeira. Cada criança deve mostrar uma possibilidade da voz.
Registre com um gravador todas as formas
apresentadas e depois peça que todos juntos digam alguma frase gritando,
falando, cantando, falando em voz baixa, falando em voz alta, cochichando,
gaguejando, destacando as sílabas, falando grosso (grave), falando fino (agudo),
falando de maneira zangada, de maneira charmosa, soluçando etc.
Com crianças maiores pode-se fazer coro falado,
utilizando todas estas expressões.
Esta brincadeira desperta a consciência das
possibilidades da voz, da intensidade e da altura dos sons.
23-Galope do
cavalo
Toque um tamborim (ou qualquer objeto de percussão)
imitando a marcha, o trote e o galope do cavalo.
Pergunte às crianças qual o animal que executa esse
ritmo ao se movimentar. Certamente a resposta será unânime: o cavalo.
Toque novamente os três movimentos e peça que elas
os representem graficamente, através de desenhos, pinturas, ou como queiram.
Depois, peça-lhes que toquem o que representaram,
em qualquer instrumento ou objeto que desejarem. A seguir, elas deverão se
movimentar segundo a representação gráfica.
Em que músicas aparece a palavra cavalo? As
crianças tentarão se lembrar e canta -Ias.
Com esta atividade você estará trabalhando,
principalmente' a noção de andamento e de escrita musical.
24-Ruídos
cotidianos
A brincadeira consiste em descrever os ruídos que
fazemos em ações cotidianas como, por exemplo, acordar, escovar os dentes,
trocar de roupa, comer etc.
Divida a classe em pequenos grupos. Peça às
crianças que reproduzam a ação escolhida, enfatizando os sons mediante a
utilização ou não de objetos.Cada grupo apresenta seu trabalho para as outras
crianças, que vão tentar descobrir a ação correspondente àqueles sons.
Além de cenas cotidianas, podem ser reproduzidos um
dia de chuva, um passeio a cavalo, um passeio de carro etc.Este jogo desenvolve
a noção de sequência, a observação e a criatividade.
25-Cabra-cega
sonora
A classe venda os olhos de uma criança, as outras
se espalham pela sala, e uma de cada vez produz um ruído.
A cabra-cega deve reconhecer o som e a sua origem.
Em se tratando de voz, deve tentar descobrir quem a
emitiu.
Esta atividade trabalha reconhecimento dos sons
desenvolve a classificação e a expressão oral.
26-O som das
pedras
Leve para a sala de aula várias pedras, uma bacia
de metal, um balde com -água, uma lata e um pedaço de pau.
Peça às crianças que manipulem as pedras,
verificando o som que elas produzem, quando:
• as batemos uma contra a outra;
• as jogamos dentro da água (num balde);
• as colocamos numa lata e as sacudimos;
• as colocamos dentro de uma bacia e as mexemos com
um pau;
• as deixamos no chão e as mexemos.
Depois da brincadeira com as pedras, chega o
momento da adivinhação. Solicite a uma das crianças que se esconda e faça um
som qualquer com as pedras as demais terão que adivinhar o que ela está
fazendo.
27-Os mais
finos e os mais grossos
Leve para a sala de aula sucatas de vários tipos e
distribua no mínimo seis diferentes para cada criança. Peça que separem as que
têm som fino (agudo) daquelas que têm som mais grave.
A seguir, peça que as crianças toquem as que têm
som agudo, e depois as outras. A atividade pode continuar com a voz das
crianças.
Quem tem voz fina, quem tem voz grossa, quem tem
voz parecida?
Peça a uma criança que coloque os colegas em fila,
segundo o critério da voz: da mais grave para a mais aguda.
Esta atividade permite a identificação de grave e
agudo, além de desenvolver a noção de seriação.
28-Pés e mãos
Há várias maneiras de bater palmas que ocasionam
diversos coloridos:
• as mãos paralelas, dedos estendidos com palmas
uma de frente para a outra, provocam um som claro, e o movimento pode ser
rápido;
• as mãos batem em diagonal com as palmas levemente
em forma de concha: o som parece mais grave e o movimento mais lento;
• a mão direita vem bater na mão esquerda, que
permanece imóvel, ou vice-versa. Os tempos são mais rápidos;
• dois dedos podem bater na palma da mão.
As batidas com os pés também podem ser diversas:
com a ponta do pé, com o calcanhar, ou utilizando alternadamente a ponta e o
calcanhar, com a planta do pé.
Peça às crianças que batam os pés alternadamente,
variando o ritmo depois batam um pé e em seguida as mãos novamente outro pé e
em seguida as mãos.
Se a criança não conseguir realizar esse movimento,
sugira - lhe que balance o corpo lateralmente, o que irá ajudá-la.
Escolha uma música tomar a brincadeira mais
agradável e realize os movimentos de bater mãos e pés alternadamente por
exemplo. "Marcha soldado": pé no1º tempo, palmas no 2º tempo etc.
Peça a s crianças que cantem a música que
desejarem, realizando esses movimentos com alternância e variação.
Essa
brincadeira desenvolve o equilíbrio e a lateralidade, além da audição e do
ritmo.
29-Jogo de
palavras
Uma criança fala urna palavra; a seguinte deve
falar outra que inicie com a sílaba final da palavra precedente, e assim por
diante. Exemplo: fada - dado - doce – cebola - lágrima - maracujá – janela.
Para diversificar a atividade, no lugar da sílaba
pode ser utilizada a última letra, ou então a última palavra, no caso de uma frase
ou expressão. Exemplo: pé de cachimbo, cachimbo de barro, barro de jarro, jarro
da flor ...
Ainda para diversificar o jogo, podem -se dar
objetos e instrumentos às crianças a fim de que elas criem sons reproduzindo as
sensações provocadas pelas palavras.
No jogo de palavras, a criança desenvolve seu
vocabulário, prestando atenção ao som das palavras, além da expressão musical.
30-Dominó
sonoro
É possível realizar este jogo quando as crianças
estão em condições de emitir sons formados.
Forma-se uma roda e, como no jogo de dominó com
peças, uma criança emite duas sequências diferentes de sons, uma após a outra.
A criança seguinte deverá imitar .este segundo som e criar uma nova sequência;
a terceira criança repetirá esta última sequência criando outra, e assim
sucessivamente, até que todos tenham participado ou queiram acabar o jogo.
As
sequências sonoras podem ser formadas por:
• som vocal;
• ritmo com palmas;
• ritmo com pés;
• ritmo com estalos de dedos etc.
Esta atividade favorece a memória auditiva e a
criatividade.
31-Jogo das
profissões
Cada criança deverá pensar numa profissão e fazer a
mímica e os sons correspondentes. Por exemplo, fazendo o gesto de martelar, ela
imitará o som do martelo, enquanto as outras crianças deverão adivinhar qual é
a profissão.
A criança que faz a mímica deve cuidar dos
pormenores da profissão, seja nos gestos, seja nos sons, para que sua
representação seja perfeita.
Este jogo faz com que as crianças ouçam uma
sequência de sons e tentem ao mesmo tempo analisa-Ia no seu desenvolvimento,
expressando-se por gestos e sons.
32-Gravando
barulho
Aproveite um dia em que as crianças estejam fazendo
muito barulho. Em vez de reprimi-Ias, grave os sons produzidos, sem interferir
na espontaneidade delas.
Após algum tempo, peça-lhes que se sentem para
ouvir a fita. Elas deverão fazer uma apreciação a respeito daqueles sons,
expressando o que acharam dos ruídos que produziram.
Trata-se de um jogo de identificação, que requer
muita atenção auditiva. Escutando o que foi produzido, cada um se reconhece ou
reconhece o vizinho. Se o barulho que estiverem fazendo passou dos limites, as
próprias crianças se auto criticarão severamente.
Desta audição resultarão dois atos: a escuta de si
mesmo e dos outros, e a capacidade de apreciar e criticar.
33-Cantando
em silêncio
Desenvolver a escuta interna, silenciosa, é muito
importante para a criança, que prestará maior atenção ao ritmo, à melodia, à
letra e ao compasso.
Escolha com as crianças uma canção de que elas
gostem e que todas conheçam.
Combine algumas palavras ou um trecho da melodia
que não podem ser expresso mas que devem ser cantados em pensamento.
Acabandoesse tremo, as crianças
devem continuar cantando normalmente, para depois
chegar novamente à o a parte que deve ser cantada só em pensamento.
Converse com as crianças, para saber como era a
música no pensamento.
Esta atividade desenvolve a escuta interna,
fundamental para a formação do musicista.
34-Fui à
feira e comprei ...
A brincadeira começa com as crianças sentadas em
roda.
Quando você diz "Fui à feira e comprei ...
", deve finalizar batendo palmas, por exemplo, três vezes, correspondendo
esse número à quantidade de sílabas que formam o nome da fruta que você
comprou. Exemplo: ba-na-na, la-ran-ja.
A seguir, peça às crianças que desenhem um conjunto
de frutas que tenham sons parecidos.
Esta atividade desenvolve a atenção auditiva ligada
à linguagem, e enriquece o vocabulário.
35-Os sons da
natureza
Os sons e os ruídos estão presentes em todo lugar.
Peça às crianças que se sentem em roda e, de olhos fechados, imaginem e
produzam o som daquilo que você vai descrevendo.
Por exemplo: estamos numa praia escutando o
marulhar das ondas, o zumbido de um inseto, o bater de asas de um pássaro, o
soprar do vento nas folhas das árvores.
Em seguida, converse com as crianças sobre o que
acharam dos sons produzidos.
Esta brincadeira desenvolve a imaginação e a
criatividade.
36-Um passeio
Convide as crianças para um passeio de
faz-de-conta. Ao mesmo tempo em que se movimentam, elas deverão produzir o som
de cada etapa.
Exemplo de sequência:
• passear pelo campo a cavalo;
• passar por uma ponte velha;
• subir numa árvore;
• pegar uma maçã;
• comer a maçã;
• ver um leão;
• correr do leão;
• chegar em casa;
• beijar a mãe;
• dormir.
A imaginação e a observação do movimento para
produzir o som estão presentes nesta brincadeira.
37-Orquestra
de papel
Distribua a cada criança um quarto de folha de
cartolina ou um pedaço de papelão, que ela pode dobrar, recortar ou furar, para
confeccionar um instrumento.
Tão logo tenha terminado seus instrumentos, o
professor pede a cada criança que produza um som com o seu. Em seguida, ele os
agrupa segundo a maneira de toca-los:friccionar, bater, sacudir etc.
Inicia-se então a sinfonia, e o professor, com um
gesto, convida cada grupo a tocar ou a esperar sua vez. Para marcar
intensidade, o professor se expressará com as mãos: mais abertas para marcar o
som forte; mais fechadas, para o som ser piano etc.
38-Jogo da
descoberta
Sem que as crianças percebam a forma como foi
produzido, emita um som, utilizando ou não objetos. A criança que o imita deve
tentar produzir um som cuja forma seja a mais próxima possível daquele que você
emitiu, mas sem ser obrigada a utilizar o mesmo material.
Inicialmente, é preferível produzir sons formados,
pois a criança imitará mais facilmente a forma sonora.
Aos poucos, solicite que uma das crianças produza
um som que a classe possa imitar. Isso levará a resultados musicais
inesperados.
Se dispuser de gravador, registre a sequência deste
jogo. Além de agradar às crianças, essa gravação poderá ser o início de uma
composição maior. Elas poderão criticar o que elas mesmas fizeram, e você as
ajudará a completar sequências ou fórmulas de sons, estabelecendo dinamismo;
intensidade, eco etc.
Esta atividade desenvolve a escuta e a expressão
musical.
39-Jogo de
interpretação musical
Utilize um disco ou uma gravação de uma música e
peça às crianças, em grupos de seis, que a traduzam, expressando- a com ou sem
o auxílio de objetos.
A música atinge a sensibilidade das crianças e pode
conduzi-las a expressar aquilo que sentem.
Certa vez, ao submeter os alunos de uma 2ªsérie a
uma audição- de "O monge teimoso", de Schumann, obtive de um grupo
deles uma expressão imaginativa excelente, semelhante à história do burrinho
que não quer andar. Cada um se esforça para empurrá-lo , até que um esperto vai
buscar uma cenoura e a apresenta ao animal na ponta de uma vara de pescar. O burro
parte correndo, deixando no chão aqueles que o empurravam.
Como esta, muitas outras interpretações podem
surgir. O importante é que o professor não interfira na criatividade das
crianças, respondendo apenas quando for solicitado.
40-Improvisação
coletiva 1
Trabalhe com grupos de cinco ou seis crianças.
O primeiro tipo de improvisação coletiva é
espontâneo. Começa com uma ideia indefinida, que evolui em função dos
participantes do grupo. Por exemplo, uma criança inicia uma célula sonora, e
outra a desenvolve.
Um colega a complementa, retifica ou aperfeiçoa, e
todos juntos participam da criação, interrompendo-a quando julgam o resultado
satisfatório.
Grave todo o trabalho e ouça com as crianças.
Em seguida lance uma nova célula sonora para que as
crianças a repitam e lhe acrescentem algo. Dessa forma, você estará iniciando
com as crianças um trabalho de composição de canções, além de exercitar a
memória.
Grave sempre o processo do trabalho para que as
crianças ouçam e comentem.
41-Improvisação
coletiva 2
O
segundo tipo de improvisação é feito a partir de um tema, que pode ser uma
situação cotidiana, uma paisagem, um animal etc.
As crianças inventam um som, que representa o tema,
procurando, experimentando, julgando. Para isso é necessária uma preocupação
com a qualidade, a organização
e a forma. Outro exemplo seriam as histórias
musicadas: as crianças podem inventar uma música para ilustrar uma peça de
fantoches, ou então musicar uma história com gestos.
42-Viajando
com a música
Leve para a sala de aula uma música característica
de um país. É bom mostrar às crianças fotografias, livros ou revistas que
ilustrem esse país e também fotos dos instrumentos que são usados na música..
Peça às crianças que façam comentários, dizendo se
já conheciam a música, se os instrumentos são bonitos, se o som é agradável,
alegre, triste etc.
Depois, solicite-lhes um desenho daquilo que
imaginam quando ouvem a música.
Certa vez, um grupo de crianças de 1ª série,
ouvindo um disco de saltimbancos, começou uma discussão sobre quem seriam os
saltimbancos.
Os saltimbancos são artistas populares itinerantes.
Tive a ideia de mostrar a Romênia, de onde eles vêm, seus usos e costumes, os
instrumentos que utilizam etc. A classe se animou, começou a se interessar por
esse povo e sentiu vontade de reproduzir alguns instrumentos.
Finalmente resolveram montar um espetáculo de circo, onde não faltou
ninguém, nem mesmo a vendedora de flores, ou de bombons, no intervalo.
Esta atividade introduz o conhecimento de músicas
estrangeiras, de novos instrumentos, além de desenvolver o senso crítico e a
expressividade.
43-Expressando
os sons
Distribua entre as crianças vários instrumentos
musicais.
A
seguir, pergunte: “É possível fazer um som claro?"
Peça que o executem e depois o desenhem. Continue:
- Um som escuro?
- Um som forte?
- Um som fraco?
- Uma sucessão de sons rápidos?
- Uma sucessão de sons lentos?
- Um som alegre?
- Um som triste?
- Um som grande e pesado?
- Um som leve e pequeno?
- Um som quente?
- Um som frio?
Organize na sala uma exposição dos desenhos,
fazendo uma coleção de cada tipo de som.
Este jogo leva a criança a descobrir a
sensibilidade e a expressa -Ia visualmente.
44-O mar e a
montanha
Divida a classe em dois grupos; um terá como tema o
mar, e o outro, a montanha.
Inicialmente, as crianças devem fazer o desenho dos
dois lugares e depois tentarão representar o maior número possível de sons que
lá existam.
Os alunos devem desenhar separadamente cada som que
irão reproduzir, como uma partitura. Por exemplo, quem for representar o som dos
pássaros irá desenhar a forma como percebe esse som. O resultado do trabalho
será uma partitura de gravuras (colagens e fotos também podem ser usadas)
sucessivas.
Posteriormente, peça uma história em quadrinhos,
que os alunos interpretarão com a linguagem sonora. Esta última etapa será
preparatória para a elaboração conjunta
de uma ópera.
Todos os jogos e experiências musicais podem ser
pontos de partida para desenvolver a imaginação/a criatividade, a escrita.
Chega um momento em que os alunos desejam não apenas produzir, mas também
reproduzir, corrigir, acrescentar, montar uma obra musical. A
escrita, o registro gráfico, é muito útil nessa
etapa.
Esta atividade incentiva a socialização e a
expressão sonora, além de iniciar as crianças na escrita da música.
45-O trânsito
Quais os ruídos do trânsito?
Escute os sons que se sucedem, e elabore a história
cotidiana de nossas ruas. Devemos deixar de lado os padrões, para levar a
criança a se expressar, e incentivar suas aptidões, mesmo que no início os
ruídos pareçam infernais. Com compreensão poderemos orientar, aconselhar,
levando nossos alunos a gostar de um trabalho bem-feito. Convém usar o gravador
para registrar o processo do trabalho.
Pergunte às crianças sobre que fazer para registrar
a sequência do encontro de elementos sonoros com gestos. Por que não escreve
-Ia no papel, para, na aula seguinte,
executa-Ia novamente?
Essa forma de registro que as crianças inventaram
constitui uma nomenclatura bem diferente das nossas clássicas partituras. Elas
esperaram impacientemente a semana seguinte. Quando coloquei diante delas o
cartaz que haviam confeccionado, qual não foi minha surpresaao ouvir algo
organizado, aprimorado, com a sequência se desenvolvendo normalmente, sem
hesitação!
Uma
nova gravação permitiu uma comparação com a primeira, e as crianças tiveram
oportunidade de se auto criticarem.
46-Timbre
Toda musicalização e educação musical pressupõe educação perceptiva,
vocal e rítmica. Em algumas atividades podemos destacar alguma qualidade do som
para trabalhar, mas implicitamente estaremos desenvolvendo a percepção, a voz e
o ritmo.
Vejamos por exemplo um jogo com timbres. Apresente
aos alunos os seguintes instrumentos: tamborim, sino ou triângulo, xilofone ou
pauzinhos, deixe que os manipulem à vontade.
A seguir, peça-lhes que recortem, em cartolina ou
folhas de revistas, várias formas redondas, triangulares e retangulares. Cada
criança deve ter cinco figuras de cada forma.
Combine com os alunos que o tamborim será
representado pela forma redonda, o sino, pela triangular, e o xilofone, pela
retangular.
Comece o jogo pelo reconhecimento auditivo de dois
sons diferentes: você toca dois sons, e as crianças devem mostrar a forma
correspondente.
Em seguida, passe para o reconhecimento auditivo
por memorização imediata: escondido das crianças, toque uma sucessão de sons,
por exemplo, duas vezes o tamborim, uma vez o sino e três vezes o xilofone.
Continue a elaborar as sequências sonoras cada vez mais rapidamente.
Depois inverta a atividade: a partir de uma sequência de formas, as crianças
tocarão os respectivos instrumentos. É bom trabalhar a execução e a composição
com cada criança. Uma delas propõe uma sequência de sons e formas que as outras
crianças irão reconstituir com elementos correspondentes.
Finalmente, o professor toca uma sequência de sons
e pede às crianças que desenhem, na ordem, os elementos da sequência.
47-Intensidade
Para estimular as crianças a entrar em contato com
a intensidade sonora você pode pedir a elas que batam com força uma bola no
chão e a deixem cair.
Pergunte-lhes o que há de diferente no som
produzido pelas duas ações.
Em seguida utilize duas bolas diferentes, uma de
futebol e outra de pingue-pongue, e peça que repitam as duas ações com cada
urna das bolas.
Converse novamente com elas sobre o som obtido,
explicando- lhes que deverão representar graficamente os sons fortes e fracos
que foram produzidos com cada uma
das bolas.
48-Ritmo
Para nossos antepassados, o ritmo era algo mágico,
que para nós se transformou em algo matemático e físico e, gradualmente, em
sinais de "diferentes formatos para indicar quanto tempo cada nota devia
durar".
Um material concreto vai nos ajudar a apresentar os
valores rítmicos aos nossos alunos, que, através de jogos, poderão
diferenciá-los, não só visual mas auditivamente.
No início, as atividades são simples; depois
aparecem diversas combinações, seguindo uma ordem crescente de complexidade, e
também as pausas.
Confeccione cinco cartões verdes de 20 x 10 cm e
cinco outros de 10 x 10 cm.
Apresente às crianças a fórmula tique - taque ,
pedindo que se balancem regularmente de um pé para o outro.
Confeccione cartões vermelhos para a pausa, quando
as crianças deverão parar com os dois pés juntos.
Com os
mesmos cartões, em vez de andar, as crianças poderão tocar no tamborim as
fórmulas rítmicas que você propuser. Utilize também palmas ou pauzinhos.
Depois, as crianças criam fórmulas rítmicas
diversas para elas próprias executarem.
49-Jogos que
envolvem a altura do som
Os primeiros jogos de altura são feitos em função
da direção do som:
• som ascendente (caminha do grave ao agudo):
• som descendente (caminha do agudo ao grave):
• som prolongado (sua altura se mantém constante):
Em cartões de 15 x 10 em, desenhe os sinais de
direção do som.
Com uma flauta de êmbolo, ou xilofone, toque um
desses sinais, que as crianças devem identificar.
Os desenhos nos cartões podem ser mais complicados,
juntando-se dois ou três sinais.
Uma das crianças também pode produzir o som,
enquanto as outras identificam em que cartão ele está representado.
50-Dominó de
altura
Os cartões para o dominó de altura podem ser
confeccionados no formato 15 x 7 em.
A peça em branco significa pausa.Como no dominó
comum, as peças são distribuídas
entre as crianças. Inicie o jogo, colocando a
primeira peça e, com o xilofone, a flauta de êmbolo ou a própria voz, produza
os dois sons desenhados. A criança ao lado, se tiver um desses dois sinais,
coloca sua peça ao lado da primeira e produz o som seguinte, anunciando-o.
Jogos como o loto de duração, o de ritmo e o de
melodia também podem ser realizados em sala de aula.
51-Dominó de
instrumentos
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