Resenha: A Alfabetização na Literatura

RESENHA



    DESENVOLVENDO A ALFABETIZAÇÃO E A LITERATURA

Magda Soares é graduada em Letras, e livre-docente em Educação, professora Titular Emérita da Faculdade de Educação da UFMG, com vários livros e artigos publicados na área do ensino da língua portuguesa: alfabetização, literatura, produção de texto, letramento literário. Entre estes , Letramento: Um Tema em três Gêneros (Autêntica,2003) e Alfabetização e Letramento (Contexto 2003).
Este texto faz parte de uma seleção de autores renomados, como Artur Gomes de Morais, Roxane Rojo e Magda Soares, que foram escolhidos para comporo segundo volume de uma edição especial intitulada “Guia da Alfabetização” publicada pela revista Educação, composta por cinco artigos (Literatura e alfabetização, Regrasse Escrita A questão dos métodos. Variação Linguística, Avaliação Diagnóstica). Relata sobre Escrita e Leitura: Como tornar o ensino significativo. As questões sicioculturais e políticas que incidem sobre as práticas de sala de aula e os caminhos para o professor entender o aluno e ter resultado mais efetivo no processo de ensino de aprendizagem
No texto Alfabetização e Literatura, a autora Magda Soares fez a introdução falando que até os anos de 1970, as crianças aprendiam a ler nas cartilhas, que era indicado pelos professores, pois acreditavam -se que a criança tinha que aprender a ler para saber ler de verdade, que no caso elas tinham que ler as cartilhas para depois que elas aprendessem a ler pegar outros tipos de livros. Elas não liam de verdade até que elas aprendesse a decodificar a língua escrita nos textos construídos, não para ler e sim para ensina-los. Portanto as palavras eram selecionadas para servir em sua decomposição em sílabas e fonemas. Em 1980, surgiu uma teoria que dizia que o processo de aprendizagem da língua escrita pela criança só acontece por uma construção progressiva do conceito de língua escrita, consideradas não apenas um sistema de representação da fala e sons por sinais gráficos, e sim sobretudo um objeto sociocultural. Sendo assim as crianças começaram a ter acesso aos outros tipos de livros. Pois a alfabetização é importante ser trabalhada com textos do nosso dia a dia, que estão presentes na vida das crianças, professores podendo trabalhar com diferentes textos que vão despertar o interesse da criança pela leitura. Dentre eles a leitura literária que estimula a imaginação da criança.
No primeiro tópico, A criança na fase de alfabetização, a autora diz que existiu duas concepções sobre a idade que a criança poderia ser alfabetizada. Até 1980, determinavam que a alfabetização deveria acontecer aos 7 anos de idade que era quando a criança tinha início a escolarização obrigatória. Já a partir de 1980, novas teorias, evidenciaram que a criança já convive com a escrita e seu uso, desde muito cedo. Pois a criança vê pessoas lendo e escrevendo, folheia gibis, revistas, vê placas nas ruas, assim a criança vai descobrindo o sistema da escrita. Nessa nova concepção anteciparam a entrada para o ensino fundamental com 6 anos. Os primeiros passos da criança no mundo da escrita acontece de forma não planejada, e só depois entra o papel da escola que passará a orienta-lá de forma planejada e adequada, que são os processos de alfabetização e letramento. Não existe um ponto inicial e nem um ponto final para o desenvolvimento da alfabetização, tanto é que a entrada no ensino fundamental varia de pais para pais. Podendo então considerar a fase de alfabetização quando a criança se encontra no período da educação infantil e no começo do ensino fundamental.
No segundo tópico, Tipos e gêneros de livros para crianças em fase de alfabetização, a autora aborda que pode constituir vários livros que privilegiam as crianças na fase de alfabetização. Podendo evidenciar dois conjuntos de livros: um conjunto de livros que são feitos com destinação específica para as crianças que estão na fase de alfabetização, que denominam esse grupo como livros de literatura infantil como um suporte à alfabetização. E um segundo conjunto que são escritos também para crianças na fase de alfabetização e além disso pretendem inserir a criança no mundo do letramento literário. Denominam-se esse grupo como livros de literatura infantil para as crianças na fase de alfabetização.
No terceiro tópico Livros de literatura infantil de suporte à alfabetização, Magda fala que a literatura infantil insere se em duas áreas, uma na arte e a outra da pedagogia. Pois embora a criança participando dessas duas áreas, nos livros destinados a infância ora ela predomina a intenção artística porque desenvolve na criança o gosto da leitura literária, diversão, emoção e prazer. E ora a intenção pedagógica, que é meio de formação do leitor, particularmente do leitor literário. Os primeiros livros com intenção de dar um suporte à alfabetização surgiram no final dos anos 1970, início dos anos 1980, foi praticamente a época em que começaram a ser levantadas críticas aos textos das cartilhas e pré-livros, que eram os textos destinados para as crianças apenas para aprender a ler sem ter sentido pra elas. Com isso, autores da literatura infantil com a intenção de simultaneamente, possibilitar a aprendizagem do sistema de escrita e oferecer à criança a possibilidade de ler com algum sentido, diversão e atividades prazerosas, começaram fazer coleções de literatura infantil com muitas ilustrações, pequenas narrativas, frases de estrutura simples de forma que chamam a atenção da criança. Dessa forma podendo despertar o interesse dela de ler e um sentido ao que ela está lendo. Magda cita que a primeira coleção com essas características foi a coleção Gato e Rato, de Eliardo França (ilustração) e Mary França (texto), a coleção vem sido enriquecida ao longo dos anos, atualmente está com 35 livros, é definidos para crianças a partir de 4 anos. Poucos anos após essa publicação do Gato e Rato, publicam se a Série Mico Maneco, de autoria de Ana Maria Machado (texto) e Claudius (ilustração), se constitui de 20 livros organizados em cinco coleções, eles acompanham o leitor à medida que vai apresentando maior domínio da leitura. Logo depois foi publicada a Coleção Estrelinha, de Sônia Junqueira (texto) e Alcy , Michele e Martin/Eva Furnari (ilustrações ) , é constituída por 18 livros organizados em três conjuntos , também pelo critério como acontece na Série do Mico Maneco , da progressão e sequenciação de estruturas frasais e silábicas . Podendo então se identificar livros que, além de ser literário eles ajudam com a aprendizagem do sistema alfabético-ortográfico, que as vezes caracterizam pela faixa etária e às vezes pelo nível de leitura que a criança está. Podendo notar, que a referência explícita à presença de princípios linguísticos e fonológicos que fundamentam a alfabetização, presente nas três coleções anteriormente, desaparece, substituída pela caracterização de coleções ou livros com expressões como "brincando com as palavras “, "jogando com os sons das palavras “. Essas obras dão suporte a alfabetização.
No quarto tópico Livros de alfabetos, a mesma fala que o conhecimento das letras e suas relações com os fonemas é fundamental na alfabetização da criança. A criança precisa ter o conhecimento visual das letras. O alfabeto é muito importante na aprendizagem inicial da língua escrita. Elas tem que compreender que as letras e escritas possuem som. No começo a criança pode confundir, pois uma letra virada pode ser outra letra , não pode usar qualquer livro de alfabeto na aprendizagem da criança, ele deve ser bem simples sem muitos desenhos, porque pode atrapalhar a forma da letra e pode confundir a criança. Outro aspecto que pode ter influência no processo de reconhecimento visual das letras pelas crianças nos livros de alfabeto é o tipo de letra maiúscula e minúscula .É melhor que se ensine a letra maiúscula primeiro , depois a minúscula.  Pois a criança acha mais fácil a maiúscula . Existe também uma questão ,contida nos livros de alfabeto que é a ordem alfabética , em que as crianças decoram o alfabeto sem saber que as letras possuem sons . Mas existem livros que pode ajudar nessa questão , que mostra os sons das palavras e não os significados , que fazem de forma que a criança aprenda a língua escrita e oral .  Exemplo os textos literários .
No final das contas, no último tópico, Alfabetizar letrando, e letrar alfabetizando, Magda Soares ressalta que assim como existem livros que dão suporte ao processo de alfabetização, existem livros de literatura infantil que não são propriamente para a criança aprender a ler, e sim, inserir elas no mundo das narrativas e poemas, desenvolvendo nelas o letramento literário.  Não pode deixar de incluir livros de literatura infantil e livros de literatura infantil de de suporte à alfabetização, no processo de alfabetização e letramento, ou seja, para a criança que esta na fase inicial da aprendizagem.

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